O meu silêncio é anseio
É um medo de seguir
Um silêncio que é freio
Daquilo que pode surgir
É a timidez das palavras
Perfeitas arestas de mim
No absurdo vão bravas
Cruéis de mais, enfim…
terça-feira, 29 de setembro de 2009
domingo, 27 de setembro de 2009
O presente ideal
Merecias uma prenda
E eu ofereci-te um piaçá
Aceita esta oferenda
Que mais útil não haverá
É um utensílio multiuso
Indicado para a sanita
Mas podes dar outro uso
Que não a de limpar caganita
Pode ser escova higiénica
Para lustrar os dentes e os pés
Limpa e dá para a estética
Só tens de esfregar de lés a lés
Não tem o valor do ouro
Nem a beleza do diamante
Mas em momento de apuro
Limpa tudo num instante.
(brincadeira a amiga Diana no seu aniversário)
E eu ofereci-te um piaçá
Aceita esta oferenda
Que mais útil não haverá
É um utensílio multiuso
Indicado para a sanita
Mas podes dar outro uso
Que não a de limpar caganita
Pode ser escova higiénica
Para lustrar os dentes e os pés
Limpa e dá para a estética
Só tens de esfregar de lés a lés
Não tem o valor do ouro
Nem a beleza do diamante
Mas em momento de apuro
Limpa tudo num instante.
(brincadeira a amiga Diana no seu aniversário)
sexta-feira, 11 de setembro de 2009
Desculpa o silêncio íntimo da dor
O meu ir na palma da meiga mão,
O brilho dos negros olhos confusão
Que se cerram num extremo dissabor
Desculpa o silêncio íntimo da dor
Pregado no meu peito como louvor,
Desculpa a magoa que dissecou
O ser aquilo que hoje sou
Desculpa divino Deus
Que a carne gelou
No frio do adeus…
Desculpa o desculpar imerecido,
Que tentei acordar o adormecido…
O meu ir na palma da meiga mão,
O brilho dos negros olhos confusão
Que se cerram num extremo dissabor
Desculpa o silêncio íntimo da dor
Pregado no meu peito como louvor,
Desculpa a magoa que dissecou
O ser aquilo que hoje sou
Desculpa divino Deus
Que a carne gelou
No frio do adeus…
Desculpa o desculpar imerecido,
Que tentei acordar o adormecido…
Aluguei um quarto
Cá no alto bem de mim
Na janela está o retrato
De uma vista sem fim
É um quarto móvel
De planos minúsculos
Mas dá noite de hotel
Para ócio dos músculos
É um cubo dos sonhos
Concedidos na cama,
Tristonhos ou risonhos
São suores do pijama
Com quatro paredes
Eu tenho um aposento
Onde não há hospedes
A descansar ao relento
Sou apenas eu no alto
Acamado no meu espaço
De onde as vezes salto
Para oscilar do que faço.
Cá no alto bem de mim
Na janela está o retrato
De uma vista sem fim
É um quarto móvel
De planos minúsculos
Mas dá noite de hotel
Para ócio dos músculos
É um cubo dos sonhos
Concedidos na cama,
Tristonhos ou risonhos
São suores do pijama
Com quatro paredes
Eu tenho um aposento
Onde não há hospedes
A descansar ao relento
Sou apenas eu no alto
Acamado no meu espaço
De onde as vezes salto
Para oscilar do que faço.
sábado, 5 de setembro de 2009
Às Poetisas!
Ó Poetisas presas na marcha
Nessa parada desalinhada
São linhas presas na borracha
À guerra farda encarregada
Revoltas armas em riste
Em batalhas moribundas,
Exactos tiros no rosto triste
Em frágeis covas colectivas
As poetisas livres na marcha
Heroínas! E um busto que jaz.
Recebem louvores na flecha
Alvo! Fumo do cachimbo da paz!
Despojadas das casacas sujas
De suor, lágrimas e sangue,
Revivem nas asas das corujas
Hora nocturna livre da morgue.
Ó Poetisas lusas em cadência
Lutem na guerra das palavras
Eternizem o feminismo fluência
Em poemas medalhas e honras!
Nessa parada desalinhada
São linhas presas na borracha
À guerra farda encarregada
Revoltas armas em riste
Em batalhas moribundas,
Exactos tiros no rosto triste
Em frágeis covas colectivas
As poetisas livres na marcha
Heroínas! E um busto que jaz.
Recebem louvores na flecha
Alvo! Fumo do cachimbo da paz!
Despojadas das casacas sujas
De suor, lágrimas e sangue,
Revivem nas asas das corujas
Hora nocturna livre da morgue.
Ó Poetisas lusas em cadência
Lutem na guerra das palavras
Eternizem o feminismo fluência
Em poemas medalhas e honras!
sexta-feira, 4 de setembro de 2009
É ponto de encontro este estabelecimento
De histórias e gentes, na rua da Primavera.
É encosto prato bebedouro aquecimento,
O botequim onde o convívio é rei e impera.
Sobe os degraus e aproxima-te do balcão,
Pede um petisco e, se tens sede uma lambreta.
Aconselho a caracoleta assada e o berbigão
Petiscos deliciosos quando nus da vestimenta.
São delícias de chorar por mais, experimenta!
Ou queima uns dedos de conversa, um cigarro,
Não é sustento ainda assim embala e alimenta
A alma, como o copo se nutre do amigo jarro.
Entram velhos, novos e toda a gente da terra,
Onde em dia de jogo guerreiam goelas ornadas
E, altivas de seus cachecóis vêem qual mais berra
A gritar: - GOLO! … (até bradando bolas azaradas).
É alegria, é vida, é corrupio nesta freguesia,
Do lugarejo faço sitio de confraternizações,
Fogueira da amizade, agitação e, até terapia…
Ó abençoada cervejaria Simões!
(Aos meus amigos Pedro e Cidália)
De histórias e gentes, na rua da Primavera.
É encosto prato bebedouro aquecimento,
O botequim onde o convívio é rei e impera.
Sobe os degraus e aproxima-te do balcão,
Pede um petisco e, se tens sede uma lambreta.
Aconselho a caracoleta assada e o berbigão
Petiscos deliciosos quando nus da vestimenta.
São delícias de chorar por mais, experimenta!
Ou queima uns dedos de conversa, um cigarro,
Não é sustento ainda assim embala e alimenta
A alma, como o copo se nutre do amigo jarro.
Entram velhos, novos e toda a gente da terra,
Onde em dia de jogo guerreiam goelas ornadas
E, altivas de seus cachecóis vêem qual mais berra
A gritar: - GOLO! … (até bradando bolas azaradas).
É alegria, é vida, é corrupio nesta freguesia,
Do lugarejo faço sitio de confraternizações,
Fogueira da amizade, agitação e, até terapia…
Ó abençoada cervejaria Simões!
(Aos meus amigos Pedro e Cidália)
quinta-feira, 3 de setembro de 2009
Verde, verde, escuro musgo
De um sapo fugidio,
Sapo rápido e ofusco
Com medo da água do rio.
Sapo belo de uma beleza
Nada feia no retrato,
Sapo esguio de magreza,
Mas vaidoso do seu fato.
Sentado numa pedra lisa
que é mimada pelas águas,
Ele sonha e visualiza
O evaporar das suas mágoas.
Verde, verde, as suas lágrimas
Do rio da sua vida,
Revolto no estreito dos dilemas,
Corrente traiçoeira e fingida.
Sapo, sapo, moreno verdinho
Ri-te, ri-te e, mais não chores
Que ainda és um doce sapinho
E na água desaguam as dores.
De um sapo fugidio,
Sapo rápido e ofusco
Com medo da água do rio.
Sapo belo de uma beleza
Nada feia no retrato,
Sapo esguio de magreza,
Mas vaidoso do seu fato.
Sentado numa pedra lisa
que é mimada pelas águas,
Ele sonha e visualiza
O evaporar das suas mágoas.
Verde, verde, as suas lágrimas
Do rio da sua vida,
Revolto no estreito dos dilemas,
Corrente traiçoeira e fingida.
Sapo, sapo, moreno verdinho
Ri-te, ri-te e, mais não chores
Que ainda és um doce sapinho
E na água desaguam as dores.
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