A certeza da minha existência,
Sempre alada a esta demência
Do querer ler e aprender...
Até que a incerteza deixe viver.
quarta-feira, 28 de novembro de 2007
Incertezas
Contestar
A lua, o vazio a escuridão
O tempo pasma a harmonia
Com tristeza e solidão,
No mundo em que vivia
Não questiones mais
Onde, porque, quando?
Eles são todos iguais.
Sinto culpa e desespero
Unidos num só
Que com um olhar sereno
Arruínam sem dó.
Bruno Lacerda
terça-feira, 27 de novembro de 2007
Amar
Saudade de conhecer
A forma de amar
Querer e não perder
Este jeito de gostar
Estar contigo até morrer
Nem que isso faça doer
Essa dor há de sarar...
domingo, 25 de novembro de 2007
Eu queria ser...
e escrever como ninguém
ou talvez profeta
e saber tudo de alguém
Adivinhar ou escrever
eis a questão!
Mas o que queria era ter
alguma aptidão...
Bola de cristal
nesta bola de cristal
seja planta ou animal
não há nada que sobre
Apenas que eu decida
se morre ou se vive!
Porque ó efémera vida
só eu sei quem serve.
sábado, 24 de novembro de 2007
Flor Formosa
Ramos de rosas delirantes
Pétalas suaves e adoçantes
Cheiro meu que cede
Que no ar se espalha e perde
Flores de loucas as cores
Combatentes, no meio amorosas
Com todos os seus odores
Serão no conjunto saborosas
Recortadas de esperança
Inseridas de pura amizade
Que tocam como lembrança
Flores que não vêem idade.
Que com ternura me abraça
E, doce um beijo pede!
Bruno Lacerda
sexta-feira, 23 de novembro de 2007
Sonhos refinados
a minha ânsia por ti
já não passa de sonhos,
Ai, as ilusões que senti
ainda choro por ti
noite e escurecer
em toda a vida senti
o viver e o sofrer
as dores que me tocam
no meu peito vincado
são doces que matam
como açúcar refinado.
Bruno Lacerda
quinta-feira, 22 de novembro de 2007
Força Portugal
Sofrimento cansaço e por fim
Alegria de ganhar para gritarmos
Portugal só pode viver assim
Que as lágrimas caiam pelo rosto
de alegria, como em mim escorriam
com mais esta vitória no goto
Era o que todos os portugueses pediam
Alé alé vamos gritar até doer
As cordas da guitarra portuguesa
As vozes loucas e roucas de saber
Que vamos ganhar com a certeza
De que tudo fizemos
para merecer
Esta alegria de vencer
E que desta seremos
Finalmente vencedores
e jamais derrotados.
Como conquistadores
Seremos assim lembrados!!
Bruno Lacerda
Na tasca dos Arcos
todos juntos na adega
Na tasca dos Arcos de garrafão
só pode dar bodega
que nos encha de pinga
com copos e finos;
enfrentamos assim a fadiga
de tanto ler os livros...
Bruno Lacerda
quarta-feira, 21 de novembro de 2007
Saudades
Esculpe o meu nome com os teus lábios
Sente a nostalgia destes momentos sadios
Dai-me forma e jeito que irás pecar
Mesmo antes do molde secar
Secando como a calçada depois da chuva
Logo que radiosos os raios a enxergam
E o teu sopro ardente que nela deslizava
Afastava por ela abaixo a triste solidão
Terra amada que por ti morri de amores
Já passaram os tempos de lembrar
Que nos teus jardins beijava as flores
Dadas por divas que me vinham aguardar
Ouve tempos em que parava e ai permanecia
Incrédulo ao tempo, estático ás vozes
Tomava o corpo de outros numa alma que doía
Tentado pôr termo assim as minhas nudezes
Gritava de gosto chorava de angústia
Morria de amores, vivia por eles
Aquele sabor amargo e seco que se sentia
Numa farsa ensaiada no crepúsculo da alegria
Abraçava aqueles momentos tão breves
Cismava mesmo amar aquela amarga ânsia…
De tempos envoltos em chamas guardo apenas
As labaredas mais vivas que me tocavam
Daquele ritmo extremo e ondulante das danças
Que num vai e vem de loucura bailavam
E isto quase sempre ao capricho do vento enamorado.
Cedendo a todos uma essência de perfume invejado...!
Bruno Lacerda
A minha vida é um carrocel
Sobe;
Desce,
vira e gira...
e assim vai a minha vida
como um carrocel
de experiências loucas
que se agitam a cada volta
ate ficarem homogenias...
A minha vida é um carrocel!
Bruno Lacerda
Naufrago no tempo
As falas presas soam a roucas melodias embriagadas talvez das noites bebidas, que me afoitam a alma nestas tentativas de rir, perdidas talvez na idade de criança que já lá vai... procuro ainda o rumo de uma vida que não existe, que sem terra nem religião me governa sem eu ter rédeas nem chicote que me sirvam de arreio.
As horas e os anos passam, como dias de tempestade tristes, rasgados por momentos tão efémeros e jubilosos como antigos, que me assolam as memorias e me fazem pensar...
Onde terei rumado em sentido contrario a ti corrente? Ou terei sido eu atraiçoado pelos ventos?
Ai! Como as marés ondulam a minha vida e eu já nada sei. As sereias que me digam, que eu de chorar salguei o mar...
Bruno Lacerda
terça-feira, 20 de novembro de 2007
Morte fantasma
Cura as feridas abertas as almas eternas, dizem
Não creio que haja tempo que cure esta ferida
As chagas que no meu corpo abertas persistem
São de amor, são de dor, elas são chagas
Que não matam o meu corpo, mas que doem
São elas os sinais das minhas magoas
feridas que levam as forças e corroem
Não há tempo algum que mate esta dor
Nem com espada, com fogo, nem com nada
São feridas e dores impregnadas de amor
que teimam em chorar por ti mulher amada
Peço ao tempo, companheiro que abraça
ouvinte das preces, conselheiro da alma
Que parta sem mim na derradeira barcaça
que já nada me salva desta morte fantasma
Bruno Lacerda 2007
Fotografias
Impressas de vida, tremidas de dor
com luz de alegria e sombras de choro
são imagens fantasmas sem cor.
Bruno Lacerda
Um Sinal
Hoje ontem amanha.
ao meu lado!
talvez estejas ali?
não! Então apanha
este meu fado...
Onde?
no meu peito
de fadista
com o teu jeito
de miúda feminista
quero!
apenas um sinal
do teu encanto
de musa imortal
Ai como quero tanto...
Um sinal que ainda me amas!!
(Para ti, sempre!)
Bruno Lacerda 2007
Absinto
Aqui não estas!
Onde estas tu?
Foste amigo!
sim!
Nesta vida?
claro!
Até morrer?
também!
que foste fazer...
nesta vida curta
vive!
ou luta,
não por mim
por ti!
Bruno Lacerda 2006