quinta-feira, 27 de dezembro de 2007

Metamorfose

É no silencio da noite
que voo sobre ti
seguído pela morte
desde o tempo em que parti

Esta morte imaginada
Descalça de sentimentos
só pode ser tua aliada
Nestes sôfregos momentos

Odeio-te pelo que sou
Nesta metamorfose de mim
Que começou e nunca findou,
Silenciosa até ao fim.

segunda-feira, 24 de dezembro de 2007

Pobre poesia

A dor que dentro me aperta

Do alto crê deserta

Quebra o espaço meu

Nem ao choro ela cedeu


Sós no espaço agreste

Abandonado o céu no horizonte

A fada luzente entre nós

Já nem sozinho ouço a voz


Fiquei só entre amor

Com perda dentro de mim

Não culpo nem guardo rancor

De por perto estar o fim


Sacrifício amigo companheiro

Intitulado assim poeta guerreiro

Chorando está a pobre poesia

Lutando por uma causa vazia


Sofro, dentro um pingo de luz

Como um correr constante

Contra uma dor desgastante

O destino será a cruz.

terça-feira, 18 de dezembro de 2007

E assim quero

E assim quero ser
Janota ao andar
Catita de se ver
Gostoso de provar
Carnoso para se comer

Apetitoso e doce…
Assim gostava eu que fosse!

segunda-feira, 17 de dezembro de 2007

Incertezas

A alva que me persegue incerta
Do tempo que aparece e desaparece
Da forma abrupta que me aperta
Na incerteza do ser que carece

A agonia da vida renasce
Torna-se austera sem incremento
E enquanto o novo dia não nasce
O que me rodeia vira sofrimento

domingo, 16 de dezembro de 2007

Sentindo...

Voando
As chamas
Lutando
por quem amas

Sorrindo
por quem?
Fugindo
Para o além!

Vivendo
Assim serei
Morrendo
Aqui chorei.

Chorando
Por ti
Sofrendo
A tudo o que senti!

Vento que vives!

Na praia saltitando vigiados pelo luar
Tentámos apanhar numa corrida
A luz que iluminava aquele lugar
Como quem tenta apanhar uma vida

A areia solta e fina, fugia do vento
Alheia ao futuro de uma vida,
Que se escrevia naquele momento.

terça-feira, 11 de dezembro de 2007

Nos acordes da Vida

Nos acordes das violas
que junto no meu peito
os anos gastos nas solas,
realmente não tenho jeito!

tocando notas soltas
nestas cordas que soam
são noites afoitas
que no coração meloam

roucas estão as cordas
da garganta e da viola
são vidas são cantigas
é fado que imola

são vidas que incrementam
a viver e a dizer
que os amigos alimentam
esta chama de viver!


(Dedicado ao meu amigo Jackes)


Bruno Lacerda

Amo

Amo uma doce nuvem
vivo num meigo olhar
desses olhos que iludem
o Homem a voar.

domingo, 9 de dezembro de 2007

O teu cheiro ao luar!

As palavras que detenho

São um profundo desatino

A tudo, o que não tenho

Deve ser o meu destino


O congelamento da alma

E o gritar do coração

Como ficar então na calma

No centro desta explosão!


Já não vivo nem penso

Morri, a alma é tua.

Tornei-me cheiro de incenso

Afastando-me na luz da lua.

sábado, 8 de dezembro de 2007

Poeta ou Apaixonado!?

Sou poeta, amante de alma livre

Não poder amar é não poder viver

A paixão é o sangue do meu ser

É o ânimo que tenho para não morrer


Matai-me, mas não me levai a paixão

Antes morrer uma morte lenta e cruel

Do que a tirarem-me a caneta, o papel

E as frases que seguro no coração …!

quinta-feira, 6 de dezembro de 2007

Desejo

Provei o sangue do amor
Pelo cálice do desejo
Nos lábios ardeu o sabor
do mais doce beijo!

quarta-feira, 5 de dezembro de 2007

Pecado

Agarrei o mais lindo pecado
Andei seguro de mim,
O que consegui foi ser levado
Para além do mais penoso fim.