domingo, 20 de janeiro de 2008

À mesa com amigos

Brindo a mais um copito
A todos nós meus amigos
E juntos cantamos um fadito
Nesta vida sempre unidos

Convivemos bebemos vivemos
Uma vida repleta de alegria
juntos a tristeza expulsamos
Fazendo da vida uma sinfonia

Vai acima, vai abaixo
Copo cheio, e já vazio!
E já deserto está o tacho,
Azar para quem não aderiu

Eram copos não de vinho
Mas sim taças de amizade,
Não vale chorar sozinho,
Somos amigos de verdade.

quarta-feira, 16 de janeiro de 2008

Vida imaginada

Tropeçava em abraços fortes
Andava por campos floridos
Abria com a espada cortes
Assim vencia amores coloridos

Cavalgava em borboletas
Desafiava guardas zangões
Roubava as cores das pétalas
Procurava assim ilusões…

Não encontrava por nada
Forças para este mal
Morri esta vida imaginada
Com uma morte divinal.

sábado, 12 de janeiro de 2008

É estranho o meu mundo
A indecisão sempre presente
O sonho constante bem fundo
A forma de estar sempre ardente

Os ventos não deixam pousar
levantam para o desconhecido;
O espírito leva a lutar
Por aquilo que está perdido.

sexta-feira, 11 de janeiro de 2008

Perdido em ti

Sai, não quis saber, perdido no mar
Perdido na lava, frio e quente
Era tudo o que tinha perdidamente
Sem nada fiquei por amar

Tentei esquecer mas não consegui
Toda esta vida me perdi
Entre o amor e a paixão,
Tudo isto não passa de ilusão

Vento este que me levou
Sol aquele que iluminou
Foi nas estrelas que chorei
Todo este amor que passei

Paixão leal e persistente
Ao inferno me levaste
Entre os anjos eu vivia
Aos pés de Lúcifer me perdia.

terça-feira, 8 de janeiro de 2008

Lágrimas penosas e duras
iludindo para lá da tristeza
pesando sobre a leveza,
rasgando as lúdicas loucuras.

segunda-feira, 7 de janeiro de 2008

Ainda recordo o que não sinto
Nos lábios o sabor de uma vida
O gosto de um paladar extinto
Nas provas de uma vida perdida.

domingo, 6 de janeiro de 2008

Voa corvo, voa!

De porte grande e cor negra
O seu corpo absorve a luz,
Por onde voa alegra
E a própria luz seduz

Levanta da terra dos mortos
Trás com ele a vida,
Recolhe as almas dos corpos,
Com um justiça alada

Aquele piar ensurdecedor
Carrega vidas sem chama,
Bate as asas e liberta a dor
Desaparece, é um holograma.

As senhoras esculpidas em rosas
De tão belas e formosas,
Carrega-as nas escuras penas
Deixando até as deusas loucas

Os homens talhados em madeira
são fortes e grosseiros
Transporta-os de uma só maneira
Nas patas ainda mal feitos

E por fim no seu ultimo piar
Liberta a magia necessária
Que a própria vida pedia,
Apenas até a morte os levar

Voa então para a pedra
De onde levanta a vida
Onde inscrita esta a regra:
"Da morte se dá vida."

sábado, 5 de janeiro de 2008

Cinzas

Sobre a forma
Nada digo a não ser
Que tudo se deforma
Para nada se perder

Desde o beijo puro
ao desejo mais quente,
Eu vos juro
que nada é permanente

Assim tudo é cinzas,
Que seja das chamas,
E de forma aleatória
nesta vida irrisória.

Será?!

Disse que morri
mas não vivi
E para morrer
tem de se viver

Disse que amei
mas não gostei
E para se amar
tem de se gostar

Vivi mas não senti
Amei mas não gostei
Logo digo que sei
Não vou morrer por ti.

quinta-feira, 3 de janeiro de 2008

Lento erguer

Quero um dia morrer apaixonado
por mim, pela vida que me guia,
e sentir que sempre fui amado
pelas almas com quem convivia

Essas almas alegres, tristes e vivas
Todas elas gritam, moldam a mente
e tornam a vida menos dormente
pela forma e jeito que as cativas.

A tua pessoa, o teu ser a tua alma
fazem parte de ti, colam-se a mim
Aos meus dedos, à minha palma
são beijos perfumados de alecrim

São alegria que contagia as flores,
uma beleza que inveja o por do sol
um medicamento que mata as dores,
é ainda o aconchego de um cachecol.

Amiga do meu peito, fazes sorrir
O homem triste, um morto-vivo
Que se ergue e alude em sentir,
O brilho do teu sorriso apelativo

Que obriga a viver e a dizer
É magia, é encanto, é o infinito
A tua forma, o teu jeito de fazer,
Dizer as palavras que interdito

És por isso uma deusa especial
que rejuvenesce o meu ser mortal
vou dizer à morte que não morri,
pois afinal tenho uma amizade álibi

Que gostava de transformar e amar
E no azul desses teus olhos navegar,
Ao sabor dos ventos, e às brisas dizer
Que já consigo ver o sol ao amanhecer!


Bruno Lacerda