quarta-feira, 26 de agosto de 2009

Toda a existência é meramente metafísica
Consumada de uma relatividade selvagem.
É de uma precisão realmente cirúrgica,
Do molde do elefante à elementar aragem.

A ida é caminho no intervalo metafísico
O regresso é o destino da volta,
É jardim, selva, horizonte paradisíaco
Para quem passa e ressalta.

Não há donos, nem senhorios
No fundo das escadas da remota planície.
Não há capitães, nem remos
No rio que desagua vindo do vértice.

Há obstáculos encorpados, reais
Pulando da rotina dos mortais.
Há viagens transversais roubadas
E outras por fazer ou inacabadas.

A rotatividade da existência é incerta
Mas o giro dela é constante,
Predispondo para uns uma paisagem deserta
Como o pó jaz em espera numa estante.

Eu escapo na paragem dos átomos
Levado pela energia da bestialidade,
A fé é retirada dos sagrados Salmos
Que eu vou a pé mas com objectividade.

Erro! Mas sigo e calco incógnito caminho.
Não lamento o meu endereço astral
Que há-de aparecer com uma certeza abismal,
Porque só eu mando antes do desalinho.

domingo, 23 de agosto de 2009

Ouça Ministro, o povo a lastimar!
Ouça, o descontentamento geral,
nas vozes de quem tem de labutar
neste Pais que é tão pouco social.

Parece que hipotecou o seu ouvido.
É pena, Sr. Engenheiro!!
Que teimosia a sua de ser surdo
com os seus ouvidos de ferreiro.

As suas mentiras são nódoas,
manchas que borram o meu Pais.
Pobre Nação que ficou de cuecas
com as suas políticas sociais.

Diz-se licenciado em Engenharia...
Eu, digo que é em censura camuflada,
e que o senhor exerce com mestria
sempre que se mete numa alhada.

Incinerou a pasta do ambiente
com o fogo de presunção,
como Primeiro Ministro não é diferente
E, ateia ainda o caos à governação!

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

Sr. Doutor! Ou chamar-lhe-ei Sr. Engenheiro,
Daqueles criados ao domingo no palheiro.
Ó pesado fardo de palha incompetente
Que saiu da Universidade Independente!

terça-feira, 11 de agosto de 2009

Embalo a bigorna no arrastar do passo
A cambalear nefasto na rua amarga,
Da noite quase dormida. (ó erro crasso);
Haverá milagre matinal que erga:

O tino, os olhos, e as forças adormecidas,
Em oposição à necessidade impropria,
Da obrigação laboral que moí e, remoí o dia,
Como sentença das horas do sono perdidas.

Penoso sono no arrepio da corrente fria
Que tremelica e teima a todo o segundo
Molestar a força sonâmbula, numa teimosia
Negra e faminta do meu corpo moribundo...

Quase morto, moribundo
Despertar lento e profundo.