quarta-feira, 26 de agosto de 2009

Toda a existência é meramente metafísica
Consumada de uma relatividade selvagem.
É de uma precisão realmente cirúrgica,
Do molde do elefante à elementar aragem.

A ida é caminho no intervalo metafísico
O regresso é o destino da volta,
É jardim, selva, horizonte paradisíaco
Para quem passa e ressalta.

Não há donos, nem senhorios
No fundo das escadas da remota planície.
Não há capitães, nem remos
No rio que desagua vindo do vértice.

Há obstáculos encorpados, reais
Pulando da rotina dos mortais.
Há viagens transversais roubadas
E outras por fazer ou inacabadas.

A rotatividade da existência é incerta
Mas o giro dela é constante,
Predispondo para uns uma paisagem deserta
Como o pó jaz em espera numa estante.

Eu escapo na paragem dos átomos
Levado pela energia da bestialidade,
A fé é retirada dos sagrados Salmos
Que eu vou a pé mas com objectividade.

Erro! Mas sigo e calco incógnito caminho.
Não lamento o meu endereço astral
Que há-de aparecer com uma certeza abismal,
Porque só eu mando antes do desalinho.

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