Verde, verde, escuro musgo
De um sapo fugidio,
Sapo rápido e ofusco
Com medo da água do rio.
Sapo belo de uma beleza
Nada feia no retrato,
Sapo esguio de magreza,
Mas vaidoso do seu fato.
Sentado numa pedra lisa
que é mimada pelas águas,
Ele sonha e visualiza
O evaporar das suas mágoas.
Verde, verde, as suas lágrimas
Do rio da sua vida,
Revolto no estreito dos dilemas,
Corrente traiçoeira e fingida.
Sapo, sapo, moreno verdinho
Ri-te, ri-te e, mais não chores
Que ainda és um doce sapinho
E na água desaguam as dores.
quinta-feira, 3 de setembro de 2009
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