quarta-feira, 21 de novembro de 2007

Saudades

Esculpe o meu nome com os teus lábios

Sente a nostalgia destes momentos sadios

Dai-me forma e jeito que irás pecar

Mesmo antes do molde secar


Secando como a calçada depois da chuva

Logo que radiosos os raios a enxergam

E o teu sopro ardente que nela deslizava

Afastava por ela abaixo a triste solidão


Terra amada que por ti morri de amores

Já passaram os tempos de lembrar

Que nos teus jardins beijava as flores

Dadas por divas que me vinham aguardar


Ouve tempos em que parava e ai permanecia

Incrédulo ao tempo, estático ás vozes

Tomava o corpo de outros numa alma que doía

Tentado pôr termo assim as minhas nudezes


Gritava de gosto chorava de angústia

Morria de amores, vivia por eles

Aquele sabor amargo e seco que se sentia


Numa farsa ensaiada no crepúsculo da alegria

Abraçava aqueles momentos tão breves

Cismava mesmo amar aquela amarga ânsia…


De tempos envoltos em chamas guardo apenas

As labaredas mais vivas que me tocavam

Daquele ritmo extremo e ondulante das danças

Que num vai e vem de loucura bailavam


E isto quase sempre ao capricho do vento enamorado.

Cedendo a todos uma essência de perfume invejado...!


Bruno Lacerda

Um comentário:

Anônimo disse...

As saudades nao deviam existir... tanto pode ser sinonimo de coisas boas como de coisas mas.... :(

bem e voce meu amigo cada vez surpreende mais com este seu jeito para escrever...