quarta-feira, 21 de novembro de 2007

Naufrago no tempo

Onde antes escrevia versos e rimas, hoje deixo folhas em branco rasgadas pelo pó que lá fica, da falta de tinta que me enerva os sentidos de tanto meditar e nada passar.
As falas presas soam a roucas melodias embriagadas talvez das noites bebidas, que me afoitam a alma nestas tentativas de rir, perdidas talvez na idade de criança que já lá vai... procuro ainda o rumo de uma vida que não existe, que sem terra nem religião me governa sem eu ter rédeas nem chicote que me sirvam de arreio.
As horas e os anos passam, como dias de tempestade tristes, rasgados por momentos tão efémeros e jubilosos como antigos, que me assolam as memorias e me fazem pensar...
Onde terei rumado em sentido contrario a ti corrente? Ou terei sido eu atraiçoado pelos ventos?
Ai! Como as marés ondulam a minha vida e eu já nada sei. As sereias que me digam, que eu de chorar salguei o mar...

Bruno Lacerda

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