terça-feira, 19 de janeiro de 2010

Agora que morri, usem-me!
Drenem-me o sangue deposto
E com sal grosso salguem-me
O corpo e o outrora rosto.

Vendam-me numa miúda feira
Viva da tourada em frenesim,
Onde tudo se vende, da poeira
Ao pouco que restou de mim.

Ou troquem-me ao desbarato
Entre os restos a despachar,
O que sobrou do triste retrato
Dêem ao improvável mumificar.

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