terça-feira, 22 de dezembro de 2009

Gostava de descansar onde o tempo não descansa
Esperar por ele, sentado a ler, talvez um livro mudo
Um livro sem tempo, um livro que jamais avança
Sem a ordem e sem o toque do meu dedo sisudo.

E passava horas sentado numa espera relaxante
Num qualquer café de bairro, onde o tempo passa
De boca em boca, onde a conversa é adoçante
E onde todo o contador do tempo nunca massa.

Um livro, três dedos de conversa e outra italiana
Descansa na mesa, é vício beber o tempo no líquido
Passado entre chávenas caiadas de porcelana,
Já só elas reanimam este estado mole e lânguido.

Lá faço tempo e espero pelo tempo que não chega
Nas entradas e saídas entre portas e distracções,
Porque é no descanso que o tempo sempre se nega
Que eu descanso das minhas preocupações.

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