quarta-feira, 4 de março de 2009

Deitada foste tempo numa história
E nos lençóis rasgados do horizonte
Farrapos feitos no céu da memória
Entre os teus seios edificada ponte.

Escreve o teu corpo com as nuvens,
Algodão doce que derrete na boca.
Faz refém as chuvas, tuas paisagens,
Num dilúvio que me afoga e sufoca.

Imagino o teu corpo deitado no meu.
Eu escrevia-o sem erros. Ah, perfeito!
Fundido na sesta do amor adormeceu
E no sono do colo diluiu-se, liquefeito.

Imagino a overdose a que o condenei.
Nos lençóis, páginas do meu diário,
Escrevi as palavras em que guardei
As tuas curvas, essência do meu ópio.

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