quinta-feira, 25 de dezembro de 2008

Viagens nocturnas sem destino

Crente nos amantes profanos da lua
Esses pássaros sem mãe de sinal,
Ouvindo os suspiros de quem alua
Nos cânticos das aves em festival

Religiosas danças no céu nocturno
Vazios espaços que me preenchem
De nada, e esses anéis de Saturno
Que aos meus dedos se prendem...

Soltem o vão desocupado do espaço,
Os astros que ao mago globo veneram
E, os cometas loucos ainda em devasso
Neste escuro que perde a imensidão.

E as aves noctívagas fixas na escuridão
Ladras da noite que brilha sem pudor
Acompanhantes perdidas na tentação
De um sol que se envaidece em calor

Amigas que penduro no esqueleto
As noites escuras sinais do meu corpo
Servem à sorte, são servas amuleto
Salvação que sempre chega a tempo

A quente fé que arde nas asas
Voos comandados da razão antípoda
Esperanças amigas até que partas
Carris num espaço que ainda roda

E fica o piscar de olho do Sol à noite
Reflexo da amante Lua que o ilumina
E é tudo isto que serena o açoite
Das viagens que caminho sem sina.

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