sexta-feira, 29 de agosto de 2008

O morto tem querer?

Que estranhos rituais estes
Onde regam os mortos com lágrimas,
Gotas vindas das almas tristes
Derramadas nas pedras das campas.

Não adianta regar jardins mortos
Que a flor da vida murchou,
Porque na vida somos fósforos,
Um pau morto assim que queimou.

E porque choram pelos defuntos,
Se em vida os traziam no coração!
As almas querem apenas ver sorrisos,
Como adeus neste intervalo de oração.

Eu, à minha alma já confessei,
O enterro que quero ao meu cadáver.
Aos meus amigos apenas direi:
- Façam uma festa quando eu morrer.

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