Esta tarde matei a saudade dos velhos comboios,
Dos comboios negros e fumarentos.
Por mais de uma hora permaneci imóvel no apeadeiro…
E de olhos fechados, parti numa longa viagem férrea,
Ao som ritmado do pouca-terra, pouca-terra…
Percorri todas as linhas que costuram a terra
Viajei como um errante viajante…
Mas, de súbito, um inesperado e perturbante silêncio
Pôs término à minha viagem...
Malditos assaltantes das viagens sonhadas
E dos comboios imaginados,
Forçaram-me de regresso ao apeadeiro da minha varanda.
Aí, permaneci ainda uns largos e expectantes minutos, mas nada, já nada se ouvia…
O velho comboio já não se fazia ouvir,
Tinham-no silenciado.
Tinham-no silenciado.
Infeliz a cigarra que, assustada não voltou a cantar
E eu que não voltei a viajar…
Um comentário:
Para ti canto sempre ;)
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