terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

Na tempestade surge o bordel
Onde naufragam amores mortais
Heróis marionetas a cordel
Corrido o pano teatro de um cais

As ampolas, ânforas, arcas
No abismo segredos guardam
Repousam com as mãos nas ancas
Serenas do valor que afundaram

De musica as caixas das Sereias
Onde os peixes são bonecos
De trapos feitos das meias
Roubadas das coxas dos eunucos

Algas verdes, sombras castanhas
Que lhes servem de perucas
Nas unhas retratam as manhas
A nudez que escondem nas nucas

Desnudam-se em prata, em oiro
Mitológicas prostitutas salgadas
Vendem o útero, vendem o coiro
São até travestis vestidos de fadas

Nas escamas envergam as jóias
E os penhores dos mais maricas
Nas orelhas penduram as bóias
A honra encerram-na em conchas

Surram de ego o pecado do sal
Que roubam no fundo do mar
São as impuras ninfas do mal
As prostitutas de quem as pagar!

Um comentário:

Ricardo disse...

Antes demais os meus Parabéns por atingires a marca dos 100 poemas. A maioria deles representa um pouco de ti, quer da tua vida quer dos teus sentimentos mas outros apenas demonstram a tua vontade de escrever e a tua imaginação fértil para o fazeres.Espero que não acabes por aqui e quero ver atingida a marca dos 200.Boa sorte e boa escrita.

No que diz respeito a este poema é de salientar como já te tinha dito a tua imaginação e o teu jeito de brincares com as palavras.Está deverás enriquecido com essa tua habilidade.
Abraço e continua o bom trabalho.