quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

Actividade Paranormal

Tudo era calmo, tudo dormia,
No negro infinito, nada mexia.
A noite repousava nas folhas congeladas,
Das copas, de árvores em gelo petrificadas.

Havia vagões de energia, vazios,
Margens secas, em silencio os rios,
Nada mexia, nada que se ouvisse,
Nenhum espectro que eu sentisse.

Nem arrepios, ou esqueletos a tremer,
Nem sinal de buracos negros espaciais;
Tudo era um feixe negro por acender,
Tudo era calmaria, de nada Carnavais.

Eis que um mocho surge no escuro
Alisando o denso nevoeiro,
Voando cego, não enxerga o velho muro,
Tropeça, e cai estridente num salgueiro.

Que foste tu fazer? (Perguntei eu),
Já a caminho vinha o susto desmedido.
Perdoa-me! (Foi a resposta que deu),
Renascia o medo desse bosque perdido.

Extasiamos imóveis, repletos de medo,
Nas espinhas um carreiro de formigas,
O coração a galope de cavalo assustado,
Que quase nós matava ao som de balas.

Havia todo um Saara na minha garganta,
Um nó cego que estrangulava e apertava.
Era um pânico em ataque que rasgava,
No percurso do chiar da velha porta.

E surgiram em bandos, imensos fantasmas,
Num estouro de actividade paranormal;
Sustos em vagas de estranhas criaturas,
Residentes numa dimensão sobrenatural.

Tudo ficou louco, tudo mexia agitado.
Um remoinho vulto da energia do Além
Rodopiava gracejando entusiasmado,
Das forças de quem eu vivo refém.

De súbito como surgiram, evaporaram,
Todos eles, todos da freira decapitada,
Ao marujo sem perna... todos sumiram
De volta à sua mansão assombrada.

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