domingo, 9 de setembro de 2012

Nunca silenciem um poeta, é o mesmo que silenciar o universo.
Não lhe digam para não escrever porque é adverso.
Se o poeta imagina e escreve, existe realmente:
Porque o mundo roda na plenitude da sua mente.

O poeta não precisa de ter a certeza das suas palavras
Porque o que diz é só dele na subjectividade de todos
E a objectividade que tem como incertezas raras
É de certo um dos seus maiores medos.

Não matem o poeta ante de ele morrer,
Ele morreu muito antes ainda de o ser!
Chorem o seu nascimento porque ele não nasce
Como a flor depois de morta não floresce.

Amem a momentaneadade da inspiração
Fortuita da loucura insana do poeta
Porque ela é somente uma breve aparição
Sagaz, rara e bela como a cauda de um cometa.
A arma está engatilhada,
Pronta a disparar,
No cano da encruzilhada
Sem se preocupar.

No tiro de um sopro
Dos mil anos que viverei
Vou sentir o dobro
Do amor no qual sonhei.

Sem medo do receio,
Do futuro da trajectória,
Do grito do calafrio
Que mata a historia...

A bala saiu desenfriada
Rumou ao coração dela
E, numa só saraivada,
Apaixonou-se por ela!

quinta-feira, 6 de setembro de 2012

Chora por mim meu amor...
Por dor, chora!
Chora pela dor
qual seja ela, chora!

Prova que é merecida
A razão do choro
e nunca será perecida
a paixão que adoro.

Chora à alegria
e ao cheiro do amor.
Incenso da alegoria
Chora amor, sem nenhum ardor!